Um artigo do jornal económico de Pedro Neto, Parter Corporate Finance, sobre a internacionalização e a impostância estratégia da aposta da marca “Portugal”, nos mercados externos.
O que falta para as empresas portuguesas se tornarem mais competitivas a nível global?
A maturidade das empresas portuguesas tem vindo a crescer de forma bastante positiva, no que respeita à sua preparação para processos internacionais, quer seja de internacionalização efectiva, quer seja somente ao nível das exportações.
Contudo, Portugal ainda tem enormes desafios para que se torne efectivamente um player internacional e que, consecutivamente, as empresas sejam mais competitivas.
Alguns dos desafios que se colocam às empresas portuguesas são oriundos de factores macro.
A fraca projecção da marca Portugal no contexto internacional, a falta efectiva de escala, que permita depois às empresas alavancarem-se de forma mais fácil em mercados externos, e, por outro lado, e comparativamente a outros países, uma política de incentivos e de apoios à internacionalização muito burocráticos e por vezes desenquadrados da realidade das necessidades.
Por outro lado, e no que respeita aos factores mais directamente relacionados com as empresas, as mesmas vão ainda apresentando fragilidades bastante acentuadas em vertentes como:
- baixos níveis de integração de pessoal qualificado;
- défice acentuado na capacidade financeira para investir em projectos de internacionalização (níveis de endividamento bastante acentuados, que dificultam a acção em mercados estrangeiros);
- fraca estruturação ao nível do planeamento e das estratégias de penetração nos mercados (fraco planeamento e muito “desenrascanço”, o que é errado nos dias de hoje, pois as variáveis são muito diferentes e bastante mais complexas;
- fraca capacidade de trabalhar em rede, ou seja, se a nossa empresa não tem escala suficiente para se posicionar num determinado mercado, porque não definir uma estratégia conjunta, com base em parcerias, com outros parceiros (este fator é em Portugal tem défice cultural, que, obviamente, demorará a ultrapassar).
Assim, e resumidamente, a par de que muitas empresas vão ainda para os mercados sem uma estratégia definida, imperando a “estratégia da formiga”, ou seja, ir para onde os outros estão a ir, Portugal, como país, tem também um papel extremamente relevante, que é o de potenciar a marca “Portugal” a nível internacional.
É de facto essencial esta aposta na marca “Portugal”, pois as empresas, fruto do mercado interno fraco, não têm, na sua essência, escala suficiente para se tornarem verdadeiramente competitivos nos mercados externos, onde estão verdadeiros colossos empresariais a competir.